quarta-feira, 25 de maio de 2016

Do Alfa em explosão lúmino-energética ao Ômega negro da entropia


Do Alfa em explosão lúmino-energética ao Ômega negro da entropia



Em post anterior, https://espiritosaudeciencia.blogspot.com.br/2013/05/continentes-e-conteudos.html#.V0UdAlQrK00, terminei dizendo que talvez eu (e você, claro) fosse imortal, tendo nosso EU verdadeiro (ou alma se quiser) em outra brana.

Na verdade, eu me esqueci de dizer que aquela imortalidade tinha e tem prazo fixo: a existência deste universo sobre o qual nos falamos.
Pode ser que haja outros, criados em outras explosões ou em processos menos-bombástico-destrutivos e de duração muito maior, talvez infinita, seja lá o que infinito for.

Mas nada deste universo que imaginamos ver, conhecer, e nele viver, pode ter relação com outros universos, não paralelos, mas de outra natureza endócrina.

A respeito deste universo aqui, já citei a declaração de Steven Weinberg “The more the universe seems comprehensible, the more it also seems pointless”[1]; mas para mim “o furo parece ser mais em baixo” (expressão de que não sei a origem e não entendo bem, mas creio que queira dizer “a coisa é mais complicada”).

Para mim é mesmo: por que e para que esta complicação toda para criar planetas com vida – talvez bilhões com vida inteligente de alguma forma – desde a explosão de energia, à formação destes planetas, até chegar a uma sopa de água e bichinhos que vão se multiplicando e evoluindo até seres que tenham noção de si próprios e de seu arredor?

Por que estes seres mal projetados, mal produzidos, e complicados (desnecessariamente) movidos por motor de combustão interna de baixa eficiência, sem catalizadores e silenciosos nos escapamentos, produzindo gases poluentes, barulhentos, malcheirosos?

Por que, e para que? É bem mais que “pointless”, não acha?




Adoro a vida, mesmo porque é a única, e espero que você também, seja ela real ou sonho.

Adoro meus envelopinhos queridos, meus filhos, minha família, meus amigos que me adoram ou aguentam, adoro encontrar outros envelopes pelas ruas, mercados, bancos, farmácias, botecos, lojas em geral, “falar” e “tocar” nelas, “abraça-las” e “beijá-las”; adoro o “mundo”, animais, árvores, plantas, adoro o mar, as praias (não sou muito, do mato, recantos escondidos, montanhas, ou que tais); são minhas âncoras para evitar a loucura. São minhas companheiras nesta maluquice em que penso estar vivo.

No entretempo aproveito quando posso ganhar tempo em refeições ou só bate papo com a família e com amigos, cafezinho ou biritas, regados com abraços, alegrias, informações, atualizações. Recarga nas baterias (do tempo de Volta) da máquina capenga.

Mas me aborrece muito o tempo que desperdiço para ter de parar tudo que estou fazendo para ter de fazer xixi ou cocô! O tempo que perco em refeições solitárias, para tomar banho, cortar unhas (as dos pés, que sufoco...) escovar dentes, lavar mãos, trocar de roupas.

Quero continuar a ler um livro, a escrever um texto como este, uma poesia ou poema, talvez até assistir um filme ou programa na TV (só de noticiários, orquestras, raramente os “especiais”), e lá vou eu atender às necessidades imperiosas e urgentes de minha máquina!

Sim, a coisa é “mais em baixo”; muito mais que sem sentido, esta “vida”, bela que seja, não tem razão de ter sido criada, nem porque foi inventada, menos ainda “para quê”.

Espero ter uma resposta ao menos razoável, ou não, quando eu passar desta  brana para outra de universo paralelo, coisa que imagino acontecerá antes da entropia geral escurecer o universo.


    






[1] Quanto mais o universo parece compreensível, mais ele parece sem sentido.






 [CJBF1]

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