Sundries
Dia novo, nem tudo velho.
Bons e saudáveis
telômeros[1] para todos!
Que um monte de seus
50 trilhões de células se renovem, em especial os neurônios. Que eles não
morrem já é fato conhecido[2]; agora já sabemos que o cérebro e os neurônios
se renovam sim![3] Depende em
grande parte de você.
Dia novo, velhos costumes.
Promessas de dia novo, talvez uma dieta,
exercícios, praticar ioga ou que tais, fazer aquela viagem tão esperada;
sonhos, esperanças, batalha constante e gostosa de viver e sobreviver; ver, ouvir
e sentir coisas novas, rever antigas; amar e ser amado; odiar, e se odiar cuidado:
o ódio surge incontrolável das entranhas e quando surge é violento: há que
entendê-lo e domá-lo! Batalha às vezes dura, mas gostosa de vencer para viver
bem e melhor.
A cada comemoração de um
Dia Novo, tudo de novo; é sempre assim.
Novo dia, tempo de
rever velhos e arraigados preconceitos, estudar muito e profundamente cada um e
suas raízes, séria, enorme e cansativa tarefa, que poucas vezes chega ao fim.
Pare; vá dar um passeio, vá ver coisas bonitas, visitar gente querida, bater
bons papos ou jogar conversa fora; vá curtir seus pratos preferidos, ouvir boa
música, ler romances, gostosos e inspiradores livros e textos saudáveis; nada
de muito técnico, complicado e chato: o cérebro precisa também de carinho e
folgas... Tudo recomeçará igual em novo
dia.
Assim iguais são também
as manchetes e jornais que priorizam tragédias, desastres, gente sofrendo,
muito choro e tristezas; nada de respostas concretas dos governos;
interpretações tendenciosas e mentiras nas mídias; a politicalha em lugar de
política; inflação, baixo ou nulo crescimento econômico; desânimo, irritação e
revolta de cada um de nós.
O Corpo-Nação se renova, quando se, lenta,
lentamente, irritantemente devagar, sempre em simbiose com Corpo-Estado que, se
espera, renove-se regularmente. Me parece que agora, infectado, destrói células
duramente criadas, autofagicamente se consome, esquece e tenta apagar sua
própria história em demência megalômana, irresponsável; paranoico, autista, balbucia
banalidades, mentiras e loucuras, mente para si e para o mundo.
Desânimo sim;
desesperança[4] jamais!
Este Corpo-Nação beira
hoje os 200 milhões de 50 trilhões de células, ao menos 200 milhões vezes 86
bilhões de neurônios[5] que se renovam a cada dia. Nada, nenhum
governo, nenhum grupo doente, nenhuma célula cancerosa restará se ativarmos o
sistema imunológico. É dever e necessidade de cada um dos conjuntos sadios, os
nossos, das instituições, da mídia, eliminar sinapses falsas, reforçar telômeros,
criar e recriar as saudáveis.
Campanha feroz e
incansável contra a falácia de esquerda versus direita, dar nomes aos bois é
preciso: aqui se trata de liberalismo contra antiliberalismo, democracia versus
ditadura.
É com esta falácia de
esquerda versus direita que os antiliberais demonizam quem quer que não
comungue com suas ideias a e ações nem tão sub-reptícias.
Nós podemos começar
por aí.
Adeus Dia Velho, Dia
Novo virá.
[2] Dráuzio Varella:
O dogma de que os neurônios morrem a cada dia que passa parece
abandonado na neurociência atual. Se essas células não são destruídas com o
tempo, a deterioração progressiva da inteligência e da motricidade não é
obrigatória na velhice.
[3] Science Daily: Video Shows the Traffic Inside a Brain Cell: New
Imaging Technique Reveals the Brain's Continuous Renovation.
[4] "A
esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos
ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las." Santo Agostinho.