quarta-feira, 4 de maio de 2016

A busca incessante pelo Bósson de Higgs

A busca incessante pelo Bósson de Higgs


Se existir mesmo, o que se espera dele?
A notícia de que a China vai construir o maior acelerador de partículas do mundo chamou a atenção de físicos e cosmólogos.
No Brasil a primeira notícia foi publicada no China News em 29 de outubro de 2015 e, no mesmo dia replicada em Exame.
“A China vai construir entre 2020 e 2025 0 maior acelerador de partículas do mundo, que deverá permitir aos cientistas conhecer melhor o funcionamento do Universo.
"A concepção estará terminada antes de 2016", declarou ao jornal China Daily Wang Yifang, diretor do Instituto de Física e Altas Energias, subordinado à Academia de Ciências chinesa.
Se o projeto chinês vingar, será no mínimo duas vezes maior do que o Grande Colisor de Hadróns (LHC) do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), instalado na fronteira entre a França e a Suíça.

Em 2012, o LHC permitiu confirmar[1] a existência do chamado Bóson de Higgs, a partícula elementar considerada chave na estrutura fundamental da matéria.
Segundo Wang Yifang, "o LHC gera bósons de Higgs junto a inúmeras outras partículas, mas no futuro o colisor chinês criará um ambiente extremadamente puro que só produzirá Bósons de Higgs".
A nova instalação poderá gerar até sete vezes mais energia que o CERN, que acaba de quase dobrar sua potência”.

Porque este assanhamento todo para encontrar e descrever esta possível partícula?



Quem é o indiciado:
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica prevista teoricamente há quase 50 anos: Em 1964, Peter Higgs propôs a existência de um campo com o qual as partículas interagem. Essa interação é que conferiria massa às partículas. As que não interagem com o campo de Higgs não possuem massa e estão fadadas a viajar para sempre na velocidade da luz, como os fótons, a unidade básica da luz. A unidade básica desse campo foi batizada com o nome do físico: bóson de Higgs.
Nasceu da criação e aceitação do Modelo Padrão da Física de Partículas, que não é, na realidade, um modelo, mas uma teoria. Ainda que das melhores que temos até hoje na opinião de muitos físicos sobre a natureza da matéria, lembro que você pode reler minhas considerações sobre teorias em https://drive.google.com/file/d/0B6dCRlYUXKaKbWtSZTNuVW1KOGM/view?usp=sharing.  

Após décadas de procura, os físicos ainda não conseguiram nenhuma prova concludente de que ela exista. Ela é importante porque sua existência provaria que existe um campo invisível que permeia o universo, campo este que não reagiria com férmions e, ao reagir com os bósons, explicaria sua massa; teoricamente, portanto, sem o Campo de Higgs ou algo parecido nada do que conhecemos existiria. Assim, esta particulinha foi também batizada como “Partícula de Deus”... Quanta presunção! 
Você se lembrará que a tal de teoria do Modelo Padrão é, mesmo um “Modelo Quase Padrão”, já que não inclui a última Força Fraca, a Gravidade.  SE o Bóson de Higgs for encontrado, o Modelo Quase Padrão será em muito reforçado e completado, talvez abrindo novas portas para a busca da “Teoria de Tudo”.
Em algum lugar li que “isto não resolve a cura da AIDS ou do câncer, mas é um esforço para melhor entender o mundo”.
Baita besteira! A ciência pura não visa diretamente a fins práticos, mas sem ela não existiriam as Ciências Aplicadas.
















[1] Não foi confirmado ainda: Em 4 de julho de 2012, anunciou-se que uma partícula desconhecida e com massa entre 125 e 127 GeV/c2 foi detectada; físicos suspeitaram na época que se tratava do bóson de Higgs. Em março de 2013, provou-se que a partícula se comportava, interagia e decaía de acordo com as várias formas preditas pelo Modelo Padrão, além de provisoriamente provar-se que ela possuía paridade positiva e spin nulo, dois atributos fundamentais de um bóson de Higgs, indicando fortemente a existência da partícula. 

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