Repousa de sua fúria do dia
De preamar vaidosa, barulhenta,
Que se foi.
Sussurra agora.
Ouço,
Menos alma de poeta
Exige que a ouvir estrelas.
Entender?
Amar é preciso...
Espero,
Tento entender o que seu sussurro me diz.
Olho, deixo o pensamento vaguear
Pelas lembranças do passado.
Que fazer?
Não há lembranças do futuro...
Ainda espero ignorante,
O sentido da mensagem.
Se enchentes tantas tive,
Vazantes muitas também...
Levanto
Ando para ajudar a pensar
Entender ou esquecer
A mensagem cifrada,
Incômoda.
Passeio pela orla.
Passo sob um poste
E minha sombra, viva,
Aparece à minha frente;
Ando
E minha sombra vai
Mais veloz adiante!
Voa para o futuro.
E este gigante
Se esmaece,
Quase fantasma se torna,
Some ao que do próximo me aproximo.
Estarrecido eu o procuro à minha roda;
Gigante então a mim me segue!
E se apequena
Voando a me chegar
Me persegue mais rápido
A cada passo!
Some,
No presente?
Só para aparecer adiante em toda forma...
Volto a sentar-me ao mar,
Apuro ouvidos.
Que da mensagem perdi?
Quem estou?
Eu, no presente que não há,
No passado que se foi
E me persegue,
No futuro que me foge
Que talvez será?
Sim, ouço teu sussurro
Mar cansado em vazante
Cansado também eu
E as sombras de que sou;
Enchentes, preamares, se foram,
Alegres, álacres, ou silentemente,
Conspicuamente sorvidas.
Amor,
Sim, entendo agora.
Mas...
Amei amor que nem me entendia.
Que esperar que a estrelas,
Murmúrios de ondas pudesse
Ouvir, entender?
16.02.2013
A vazante nos traz do mar , coisas ou objetos que podemos olhar com claresa e descartar os sem sentido e ficar somente com a nata.... O cuidado maior temos que ter com as cheias, que nos iludem com uma opulencia q é efemera....
ResponderExcluirÉ verdade, filha querida.
ExcluirQue belos pensamentos e imagens!
Obrigado e beijo.