Fulginte estrela.
Fúlgida estrela da promessa
Persegui-a ano passado
Quase lá, me fugiu entre muitas,
Estrelas outras, no setentrional,
Donde ouvi ela viesse.
Vez mais uma, e essa,
A deixar acabrunhado
Mais uma entre tantas
A mim cá do austral
Esperando me acudisse.
Estrela, estrela minha,
Há alguém mais bonito que eu?
Se respondeu saber nem quero.
Nem loiro, nem azuis olhos,
Em vez de pinheiros ipês,
Nesta pátria aos raios fúlgidos
À sombra de uma palmeira;
Nada de frio ou neve
Em areia quente se caminha.
Suas irmãs daqui, em claro céu,
Sem frescura ou lero lero
Em brilho desfazem antolhos:
- Esqueça aquela, não vês
Sóbria, sisuda, raios álgidos,
Ser distante, surda estrangeira?
Mas insisto, não desisto,
Espero, sentidos alerta,
Antes até da hora, impaciente:
Tudo já se agita nestes pagos;
Bulício, vitrines, festas, aparato,
Esperança, sonho, tudo se acirra,
Colorindo
Muita cinzenta vida.
Então, como previsto,
Na manjedoura, janela aberta,
Sonho que vem, mesmo cadente,
Em breve clarão guiar Magos
Modernos, em foguete ou jato,
Deixar ouro incenso e mirra,
Despertando,
A criança adormecida.
Leito nobre em dossel
Que riqueza agoura,
Cama simples lençol barato,
Palha, rede, catre, esteira,
Banco forrado em papel,
Qual seja a manjedoura
Em raio inda que timorato
Polar ou Lúcida, sem ciumeira,
Mande Magos em tropel.
Qual seja seu ninho
Presentes à volta, em pletora,
Reservas para o ano inteiro,
De alegria e carinho
Consolo quando e se chora,
Acordem a criança em cativeiro.
Até lá fulgidia estrela.
FMFG
10.12.2012
Flávio vc escreve maravilhosamente bem e desde sempre eu soube. Baita beijo, Marlene dos Santos Piñol
ResponderExcluirMarlene querida!
ExcluirVi seu comentário um ou dois dias depois de você tê-lo postado. Não me lembro o que aconteceu que eu não respondi na hora e... só agora o revi!
Desculpe-me!
Muito obrigado e beijo carinhoso.