segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Michio Kaku um dos gênios abrindo novas avenidas do conhecimento 1

Eu deveria começar pelo Prefácio, mas acho que esta explicação é importante para se entender o que levou Michio Kaku a se interessar pela Física Teórica.



Mundos além do espaço e tempo
Quero saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado nesse ou naquele fenômeno. Quero saber Seus pensamentos, o resto são detalhes.
Albert Einstein
A FORMAÇÃO DE UM FÍSICO
Dois episódios da minha infância enriqueceram enormemente minha compreensão do mundo e me puseram no caminho que faria de mim um físico teórico.
Lembro que meus pais me levavam às vezes para visitar o famoso Jardim do Chá japonês em San Francisco. Uma das minhas lembranças mais felizes da infância é a de ficar agachado junto ao laguinho, mesmerizado pelas carpas de colorido brilhante que nadavam lentamente por sob os nenúfares.
Naqueles momentos tranquilos, sentia-me livre para deixar minha imaginação vagar; podia fazer a mim mesmo perguntas bobas que só poderiam ocorrer a uma criança, como, de que modo as carpas naquele laguinho viam o mundo à sua volta? E eu pensava, que mundo estranho deve ser o delas!
Vivendo suas vidas inteiras naquele tanque raso, as carpas deviam acreditar que seu "universo" consistia em água turva e nenúfares. Passando a maior parte de seu tempo à procura de alimento no fundo do tanque, elas mal deviam ter noção de que poderia existir um mundo estranho acima da superfície. A natureza do meu mundo estava acima da sua compreensão. Eu ficava intrigado por poder me postar a apenas poucos centímetros das carpas, e estar, contudo, separado delas por um imenso abismo. As carpas e eu vivíamos nossas vidas em dois universos distintos, sem nunca penetrarmos o mundo um do outro um do outro, e, no entanto, separados apenas pela mais fina das barreiras, a superfície da água.

Certa vez imaginei que podia haver carpas "cientistas" vivendo entre os peixes. Provavelmente, pensei, elas zombariam de qualquer peixe que sugerisse a possível existência de um mundo paralelo logo acima dos nenúfares. Para uma carpa "cientista", as únicas coisas reais eram as que o peixe podia ver ou tocar. O tanque era tudo. Um mundo invisível além do tanque não fazia nenhum sentido científico.

Uma vez uma tempestade me pegou. Notei que a superfície do tanque foi bombardeada por milhares de minúsculas gotas de chuva. Ela se tornou turbulenta, e ondas passaram a empurrar os nenúfares em todas as direções. Abrigando-me contra o vento e a chuva, pensei como tudo aquilo seria visto pelas carpas. Para elas, os nenúfares pareceriam estar se movendo de um lado para outro por si mesmos, sem que nada os empurrasse. Como a água dentro da qual viviam deveria parecer invisível, tal como o ar e o espaço à nossa volta, elas deveriam ficar por entender como os nenúfares podiam se mover de um lado para outro por si mesmos.

Seus "cientistas", eu imaginava, iriam urdir um engenhoso invento chamado "força" para ocultar sua ignorância. Incapazes de compreender que podia haver ondas na superfície invisível, iriam concluir que os nenúfares eram capazes de se mover sem ser tocados porque uma entidade invisível e misteriosa chamada força agia entre eles. Poderiam dar a essa ilusão nomes impressionantes, pomposos (tal como ação à distância, ou a capacidade que têm os nenúfares de se mover sem que nada os tocasse).

Uma vez imaginei o que aconteceria se eu esticasse o braço e tirasse uma das carpas "cientistas" de dentro do tanque. Antes que eu a jogasse de novo na água, ela poderia se debater furiosamente enquanto eu a examinasse. Pensei como isso apareceria aos olhos do resto das carpas. Para elas, seria um evento verdadeiramente desnorteante. Iriam notar em primeiro lugar que um de seus "cientistas" desaparecera de seu universo. Simplesmente desaparecera, sem deixar um vestígio. Onde quer que buscassem não haveria um sinal da carpa desaparecida em seu universo. Depois, segundos mais tarde, quando eu a jogasse de volta no tanque, o "cientista" iria ressurgir abruptamente do nada. Para as outras carpas, pareceria que um milagre acontecera.

Depois de se recobrar do pânico, o "cientista" iria contar uma história verdadeiramente assombrosa. "Sem mais aquela", ele diria, "fui erguido de alguma maneira para fora do universo (o tanque) e lançado num outro mundo misterioso, com luzes cegantes e objetos estranhamente bem delineados que eu nunca vira antes. O mais estranho de tudo era a criatura que me aprisionou e que não tinha a menor semelhança com um peixe. Fiquei chocado ao ver que ela não tinha nem sombra de barbatanas, mas, apesar disso, era capaz de se mover. Ocorreu-me então que as leis da natureza com as quais estava familiarizado não se aplicavam nesse mundo. Depois, de maneira igualmente repentina, vi-me lançado de volta no nosso universo." (Evidentemente, esta história de uma viagem além do universo pareceria tão fantástica que a maioria das carpas a rejeitaria como pura lorota.)
Frequentemente penso que somos como as carpas que nadam satisfeitas naquele tanque. Vivemos nossas vidas inteiras em nosso próprio "tanque", certos de que nosso universo consiste apenas naquelas coisas que podemos ver ou tocar. Como o das carpas, nosso universo consiste unicamente no conhecido e no visível. Presunçosamente, recusamo-nos a admitir que, ao lado do nosso universo, possam existir universos ou dimensões paralelas, simplesmente fora de nosso alcance. Se nossos cientistas inventam conceitos como os de forças, é apenas porque não são capazes de visualizar as vibrações invisíveis que enchem o espaço vazio à nossa volta. Alguns cientistas sorriem zombeteiramente à menção de um maior número de dimensões porque elas não podem ser convenientemente medidas em laboratório.
Desde essa época, sempre fui fascinado pela possibilidade de outras dimensões. Como a maioria das crianças, devorei histórias de aventura cujos heróis viajavam no tempo, penetravam em outras dimensões e exploravam universos paralelos invisíveis, onde as leis comuns da física estavam convenientemente suspensas. Cresci cismando se os navios que se perdiam no Triângulo das Bermudas sumiam num buraco no espaço; fiquei maravilhado com a trilogia Fundação de Isaac Asimov, em que a descoberta da viagem hiperespacial dava lugar ao surgimento de um Império Galáctico.
Um segundo episódio de minha infância deixou também em mim uma profunda e duradoura impressão. Quando eu tinha oito anos, ouvi uma história que me acompanharia pelo resto de minha vida. Lembro de meus professores falando para a turma sobre um grande cientista que acabara de morrer. Falaram sobre ele com grande reverência, qualificando-o de um dos maiores cientistas de toda a história. Disseram que muito poucas pessoas eram capazes de compreender suas ideias, mas que suas descobertas tinham transformado todo o mundo e tudo que havia à nossa volta. Não entendi muita coisa do que estavam tentando nos dizer, mas o que mais me intrigou acerca daquele homem foi o fato de que morrera antes de poder completar sua descoberta mais impressionante. Disseram que ele havia dedicado anos a essa teoria, mas morreu com seus textos inacabados ainda pousados sobre sua escrivaninha.
Fiquei fascinado pela história. Para uma criança, aquilo era um imenso mistério. Que trabalho inacabado era aquele? Que havia naqueles papéis sobre a sua mesa? Que problema podia ser tio e tão importante para que tão notável cientista dedicasse anos de sua vida a investigá-lo? Curioso, decidi aprender tudo que pudesse sobre Albert Einstein e sua teoria inacabada. Ainda tenho vívidas lembranças de passar muitas horas sossegadas lendo todo livro que conseguia encontrar sobre aquele grande homem e suas teorias. Quando esgotei os livros de nossa biblioteca local, comecei a vasculhar bibliotecas e livrarias pela cidade toda, buscando avidamente novas pistas. Logo aprendi que aqueIa história era muito mais empolgante que qualquer história de detetive e mais importante que qualquer coisa que eu jamais pudesse imaginar. Decidi que tentaria chegar à raiz daquele mistério, ainda que, para isso, tivesse de me tornar um físico teórico.
Logo me inteirei de que os textos inacabados sobre a escrivaninha de Einstein eram uma tentativa de construir o que ele chamava de teoria unificada de campo, uma teoria que poderia explicar todas as leis da natureza, do mais minúsculo átomo à maior das galáxias. No entanto, sendo uma criança, não compreendi que talvez houvesse um vínculo entre a carpa que nadava no Jardim do Chá e os textos inacabados sobre a escrivaninha de Einstein. Não compreendi que as dimensões múltiplas poderiam ser a chave para a solução da teoria unificada de campo.
Mais tarde, no colegial, esgotei a maior parte das bibliotecas locais e visitei muitas vezes a biblioteca de física da Universidade de Stanford. Ali, vim a me dar conta de que o trabalho de Einstein tornava possível uma nova substância chamada anti-matéria, a qual agiria como a matéria comum, mas, ao contato com a matéria, se destruiria numa explosão de energia. Li também que cientistas haviam construído grandes máquinas, ou aceleradores de partículas, que eram capazes de produzir quantidades microscópicas dessa exótica substância em laboratório.
Uma vantagem da juventude é que ela não se deixa dissuadir por empecilhos mundanos que normalmente pareceriam insuperáveis para a maioria dos adultos. Sem avaliar os obstáculos envolvidos, pus-me a construir meu próprio acelerador de partículas. Estudei a literatura científica até me convencer de que podia construir o então chamado Betatron, que seria capaz de elevar a energia de elétrons a milhões de elétrons-volt. (Um milhão de elétrons-volt é a energia que atinge elétrons acelerados por um campo de um milhão de volts.) Antes de mais nada, comprei uma pequena quantidade de sódio 22, substância que é radioativa e naturalmente emite pósitrons (a antimatéria correspondente ao elétron). Depois construí uma câmara de Wilson, que torna visíveis as pistas deixadas por partículas subatômicas. Consegui fazer centenas de lindas fotografias de traços deixados por antimatéria. Em seguida, fiz uma busca pelos grandes depósitos de material eletrônico da área, reuni a aparelhagem necessária, inclusive centenas de quilos de restos de aço de transformadores, e construí na minha garagem um betatron de 2,3 milhões de elétrons-volt que seria potente o bastante para produzir um feixe de anti-elétrons. Para construir os monstruosos ímãs necessários para o Betatron, convenci meus pais a me ajudar a enrolar 35 quilômetros de fio de cobre no campo de futebol da escola. Passamos o feriado de Natal na linha de 45 metros, enrolando e juntando os pesados rolos que iriam curvar as trajetórias dos elétrons de alta energia.
Quando finalmente construído, o betatron de 136 quilos e seis quilowatts consumia absolutamente toda a energia que a minha casa gerava. Quando eu o ligava, geralmente queimava todos os fusíveis, e a casa ficava às escuras de repente. Com a casa mergulhada periodicamente na escuridão, minha mãe muitas vezes sacudia a cabeça. (Imagino que ela provavelmente pensava por que não podia ter um filho que jogasse beisebol ou basquete, em vez de construir aquelas imensas máquinas elétricas na garagem.) Fiquei encantado ao ver que a máquina produziu com sucesso um campo magnético 20 mil vezes mais intenso que o da Terra, que é o necessário para acelerar um feixe de elétrons.
O CONFRONTO COM A QUINTA DIMENSÃO
Como minha família era pobre, meus pais estavam preocupados com a possibilidade de eu não poder continuar meus experimentos e minha educação formal. Felizmente, os prêmios que ganhei por meus vários projetos científicos chamaram a atenção do cientista atômico Edward Teller. Sua esposa providenciou para que eu recebesse uma bolsa para quatro anos de estudos em Harvard, permitindo-me realizar meu sonho.
Ironicamente, embora eu tenha iniciado meu aprendizado formal de física teórica em Harvard, foi também ali que meu interesse por dimensões mais elevadas foi gradualmente morrendo. Como outros físicos, iniciei um rigoroso e exaustivo programa de estudos da matemática...

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